Holy Grail

Holy Grail

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Delirium

Não escrevo nada importante.
Não escrevo nada bonito.
Nunca escrevi nada importante.
Nunca escrevi nada bonito.

Delírios de um escritor com problema existencial, um amontoado de palavras que não representam nada. E não é porque não quis, apenas porque sou um infeliz. Amaldiçoado pelo ultraromantismo em todos os sentidos. Idealizando o que não podemos idealizar, almejando a donzela que está distante dentro de sua própria consciência. Me deito com a garrafa cheia de líquido, e transformo minhas tristezas em vinho. Aborreço minha própria desilusão, convulsiono minha própria consciência. E continuo questionando essa injusta existência.

Oblivion - Sonho

Um sonhador perturbado, um alquimista desajeitado. Sou o oblívio, mas havia me esquecido, pois em seus braços conheci o delírio. Achei que a realidade seria mais bela, nem preta, nem cinza, apenas com tonalidades de aquarela. Me perdi no desconhecido buscando o conhecimento, juntei muitas forças para serem levadas com um único vento. Um sopro mortal de desilusão, uma punhalada firme e vigorante dentro do meu coração. Eu sou aquele que cai em esquecimento, e estava feliz por me perder desse advento. Fui lembrado da existência na hora mais triste, fui levado a crer que nada do que eu digo existe. Minhas palavras não fazem sentido, nada do que eu digo é ouvido. Talvez eu não seja assim tão importante, ou talvez minhas palavras não sejam o agravante. De qualquer forma, eu ainda sonho, e me deito com a vontade de nunca acordar.

Uma exceção se me mostrassem a verdade.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Celestial

Uma busca celestial, infinitamente sem definição. Pensamento sem razão, corpo sem gravidade, coração em explosão. Sou um ladrão roubando as estrelas do céu pra te dar, um saqueador de planetas trazendo os tesouros galácticos aos teus pés. Consigo voar além do imaginado por qualquer homem, consigo ir além de onde qualquer homem jamais conseguirá chegar. Sou a loucura perdida no espaço, sem tamanho exato. Atravesso buracos negros e capturo pedaços de sóis para lhe felicitar. Me desafio na escuridão do espaço por te amar. E quando estou longe demais para não ter mais sentido, peço que teu amor me faça acordar, que teus pensamentos possam me buscar. Me leve de volta pra casa, me leve até teus braços, e me permita regenerar. Vou encher tua casa de flores celestiais quando voltar. Vou esquecer o frio espacial e nos teus braços me esquentar. Em todas as dimensões, existências, e universos, eu sei que vou te amar.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Do Sorriso

Eu queria ter o teu sorriso, enraizado por esses olhos negros. Eu queria ter o teu desprendimento e a feição namorada do sossego. Ser distante como tua presença e acreditar na minha própria renascença. Poder tocar o mundo com tuas mãos e ainda sentir meu coração. Eu gostaria de ter lhe falado, talvez até conversado. Gostaria que fosse mais, e que nosso contato trouxesse paz. Desejaria te ver sorrindo, e não apenas por um símbolo. Desejaria te conhecer, e com certeza me surpreender. Meu desejo é que coisas boas atravessem meu caminho.

Para que eu possa mais uma vez te ver sorrindo.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

O Devorador de Mundos

Você quis estrelas, eu te trouxe o sol. Você quis um mundo, eu te trouxe planetas. Você quis um sonho, eu te trouxe todas as dimensões. Calculando todas as possibilidades, eu trago em infinitas variáveis o que você sempre desejou alcançar. E as vezes esqueço de me alimentar.

O esquecimento pode ser um erro irracional, mas as escolhas são erros fundamentados no consciente. Assim, eu deixo a ordem natural de lado e me viro em direção ao abismo, encaro todos os espectros em segundos e me torno o devorador de mundos.

Um ídolo que nasceu das maiores jogadas de nossa consciência. Vontades para todas as direções e memórias para alterar as percepções. Eu viajo por todas as dimensões tentando me saciar a te satisfazer, me transformando num imenso ser.

Galáxias poderão ser engolidas, e minha megalomania seguirá em vigília . A loucura de uma explosão que gera novos mundos também me alimenta, e jamais deixarei a complexidade do Universo morrer, pois preciso de você.

Somos filhos pródigos de um lugar além da primeira constelação, apenas realizando a incerteza da exatidão. Escolhemos uma forma transcendental que vai além do sobreviver. Não seremos apenas uma sombra de tudo, me dê a mão, e seja comigo um devorador de mundos.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Amanhecer

Mais uma noite que eu passo em claro, sentindo fortemente a falta que faz a tua presença do meu lado. Já é normal se afundar nessas emoções, mas nesse horizonte imposto, cada segundo sem tua existência se transforma numa tortura milenar. O sono se distância de mim e as memórias me beijam, elas vão ficando mais vivas, como se eu pudesse sentir teu cheiro, como se eu pudesse te tocar.

Eu não quero toda essa distância e nem a mínima distância, eu quero estar do teu lado. Eu quero confortar teu coração com o amor que já não cabe dentro do meu. E procurar o sono, olhando teu corpo adormecido. Encarando teu rosto delicado de olhos fechados, numa tentativa de que até quando o sono vier me abraçar, eu sonhe com você.

E no início de mais um dia, você será meu amanhecer.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Sina

Na falta de um amor, eu escrevo. Na falta de algo que represente minha dor, eu tento. Com as costas frias e jogado ao relento, deixo minha vida seguir como o vento. Sou um escritor que não gosta de coisas fáceis, porém rimo na simplicidade. Não é fácil ser escondido, não é nada fácil ser o oblívio, mas nesse ocultismo de várias dimensões, eu sou o rei dos mistérios. Mistérios que invocam energias antigas, Rituais que realizam a verdadeira magia. Na simplicidade da felicidade eu estou perdido, e acabo me encontrando. Sentado, esperando outra Lua passar, deixo o inesperado de lado, e brindo os verdadeiros caminhos, mesmo que ainda sigam sem ritmo. E nessa nada fácil viagem que é gostar de algo, sigo em direção ao alto. A transcendência não pode ser comprometida. Uma espiral de nenhuma queda é a minha sina.



terça-feira, 19 de maio de 2015

Altar da Vergonha

A coroa de nada está na cabeça, decorando mais um pouco o ego imensamente autodestrutivo. As unhas negras cavam a própria sepultura, onde ninguém irá derrubar flores. Continue se afogando na inconsistência da impulsividade, deformando toda moral em um simples descaso. Não se importar é a ação dos não importantes, e o desprezo é o ganho dos pedintes de atenção. Reze para não morrer sozinho, ou se mate na frente daqueles que falsamente te amam. Pegue flores de plástico e decore seu altar da vergonha, porque é assim que lembraremos de você.

É com vergonha que o amante lembrará de você.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Firmamento

Estou rangendo os dentes tão forte que posso quebrá-los na quinta explosão. Cravando as unhas tão profundamente que abro caminhos de rios vermelhos. Estou beirando o desejo e o delírio, imerso em ouro puro, talvez alquímico. Destruindo todas as incapacidades do ser, e perpetuando a liberdade em espiral. Estou me compondo com idade avançada, e eliminando as farsas. Desobstruindo a natureza selvagem, ou enfatizando o ritual primordial. Estou me tornando a face da liberdade, e bebendo do Santo Graal. Erguendo-me diante de toda negatividade e transcendendo a pura vontade. O procrastinador precisa trabalhar. Conversando com o demônio me apronto para conquistar todas as esferas.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Necromancia

Ela me olhava diretamente nos olhos, como uma agulha de diamante perfurando o globo, indo até o interior do cérebro. Quebrando minha razão. Logo eu, que andei perdido por tanto tempo no esquecimento. Sozinho. Caminhando nas sombras dos meus mais desconhecidos desejos, observando o sol à distância, um imortal sem lembranças. Ela tinha o sorriso mais lindo dos universos, e eu escondia meus dentes tortos em versos. Seus sentimentos tinham mãos que apertavam meu peito, e seu coração era uma vela infinita. Todos os dias minhas consciências voavam até ela e abandonavam a obscuridade do meu ser. Minhas vontades surreais eram esterilizadas por sua luz, e o brilho era como uma chuva de ouro sobre o meu corpo. No equilíbrio nós tivemos a maior experiência, descobrimos a essência da existência. De mãos dadas colidimos universos e descansamos nossas almas, ultrapassamos os pilares conhecidos e nos elevamos ao místico desconhecido. Mas outros deuses esbravejaram, e ela teve que se perder. Me deixou com ossos e mortalhas que me deito ao lado quando tento dormir. Objetos mortos da minha sabedoria, que mostram o futuro repetir o passado, e o presente ser a minha relíquia. O equilíbrio da solidão ou companhia, a noite ou o dia. Para existir sombras deve haver luz, e a verdadeira cor do caminho é escolhida por quem o conduz.

domingo, 29 de março de 2015

O Pirata

A juíza acusa o pirata de estar escondendo seu tesouro, nada de valor. A juíza abaixou a oferta, só sabe julgar sem ser julgada, colocou a procura em alta e a oferta lá embaixo. Maldita transação clandestina, feita por alguém atado ao passado.

A pirataria trouxe mais de cinquenta tons de cinza para a cidade colorida, e a magistrada não optou pelo caminho mais fácil. Condena! Sussurravam os jurados nos ouvidos da detentora da lei. Cercada de glória e dos prazeres acelerados, ela achou que tudo iria sair como o planejado.

O pirata ficou preocupado. Os ânimos estavam alterados. Três olhos de consciência são necessários para seus próximos atos. Provar inocência ou ser provado. Testemunha e evidência do ocorrido, porém ninguém lhe dará ouvidos.

A turbulência finalmente chegou ao tribunal, e o pirata acabou humilhado. Sem dores para lamentar e sem lágrimas para derramar, o bucaneiro ardia em pólvora. Estava pronto para explodir, mas seria acusado novamente de ser o homem mais violento dos universos. Preferiu manter a calma e designar.

A calma era sua maior arma, ela destruía autoestimas e almas de qualquer um. Detonava sem dó o tribunal monocular, e se preparava para amedrontar. Bater o martelo para as últimas palavras e apresentar o motivo de toda autodestrutiva execução. A maldita juíza estava presa ao passado e queria pedir perdão.

O tempo se esgotou. O pirata aceitou. Mais uma vez era só mais um viajante em uma cidade colorida, levando sua magia cinzenta a pernas desconhecidas. Elevando o potencial máximo de seres errantes que não reconheciam as realizações de um itinerante.

O mar o engoliu, mais uma vez. Jogado ao abismo, ele se fez.

Ergueu-se.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Depois de certos eventos você lembra da mão que te alimenta. Você procura por compreensão e deseja ser ouvida. Mas enquanto há outras coisas mais importantes para se pensar você só quer cuspir suas mentiras. Continue tratando a terra que não dará frutos, continue tratando a terra que devorará o defunto. Se não há importância, não há relevância. E você não precisa disso para viver. Não coloque mais energia nas suas mentiras, não deseje o melhor de algo que você não quer.

domingo, 15 de março de 2015

Sátira Sádica

Empurre para baixo e lave até estragar as unhas
Estrague suas afiadas unhas pintadas de qualquer cor
Lave, lave, e lave
Não deixe secar
Porque molhada é como você deseja estar

Pressione o rei satírico
Esprema um pouco mais de sadismo

Coloque para baixo e esfregue até calejar as mãos
Caleje suas macias mãos sujas de qualquer coisa
Esfregue, esfregue, e esfregue
Não deixe secar
Permaneça molhada como você deve estar

Pressione o rei satírico
Esprema um pouco mais de sadismo

Pressione o rei do sadismo
Esprema seus versos satíricos
Quem não tem mais coração
Não precisa sentir tesão
Quem levou seu coração
Não dará satisfação

Quem não tem mais coração
Não pode sentir nada

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A Macieza

A morte já tem algum tempo, e eu não lembro mais a cor dos seus olhos. A boca que esvaziou o esgoto como um canal da mentira, se desfez em azul. Na minha observação, o nariz simétrico está totalmente desproporcional. E sua audição já não se encanta mais com as vibrações mágicas desse e de outros mundos. Coisas ruins acontecem. Coisas ruins eu quero fazer com você. E nesse ciclo cada vez mais fraco da guerra memorial, vou me lembrando apenas do que realmente sou. Fui o peregrino de poucas realizações, mas o arquiteto dos prazeres incalculáveis onde você foi iniciada. O pequeno senhor da verdade, mas o grande príncipe da maldade. Ao menos, assim foram como suas últimas palavras me fizeram acordar. Assim sua tela monstruosa foi pintada com tinta escarlate. E como a nobreza iniciática de ordens invisíveis, lembro-me de pintar o símbolo de minha adoração. A única coisa que reluzia nas sombras de meus pensamentos. O monumento belo sensualmente estampado na carne. A desenho vermelho que ganhava mais vida nos meus olhares, o símbolo perfeito para a pele que já foi a mais macia. O enigmático sigilo, após o impactante estalo.