Holy Grail

Holy Grail

domingo, 29 de março de 2015

O Pirata

A juíza acusa o pirata de estar escondendo seu tesouro, nada de valor. A juíza abaixou a oferta, só sabe julgar sem ser julgada, colocou a procura em alta e a oferta lá embaixo. Maldita transação clandestina, feita por alguém atado ao passado.

A pirataria trouxe mais de cinquenta tons de cinza para a cidade colorida, e a magistrada não optou pelo caminho mais fácil. Condena! Sussurravam os jurados nos ouvidos da detentora da lei. Cercada de glória e dos prazeres acelerados, ela achou que tudo iria sair como o planejado.

O pirata ficou preocupado. Os ânimos estavam alterados. Três olhos de consciência são necessários para seus próximos atos. Provar inocência ou ser provado. Testemunha e evidência do ocorrido, porém ninguém lhe dará ouvidos.

A turbulência finalmente chegou ao tribunal, e o pirata acabou humilhado. Sem dores para lamentar e sem lágrimas para derramar, o bucaneiro ardia em pólvora. Estava pronto para explodir, mas seria acusado novamente de ser o homem mais violento dos universos. Preferiu manter a calma e designar.

A calma era sua maior arma, ela destruía autoestimas e almas de qualquer um. Detonava sem dó o tribunal monocular, e se preparava para amedrontar. Bater o martelo para as últimas palavras e apresentar o motivo de toda autodestrutiva execução. A maldita juíza estava presa ao passado e queria pedir perdão.

O tempo se esgotou. O pirata aceitou. Mais uma vez era só mais um viajante em uma cidade colorida, levando sua magia cinzenta a pernas desconhecidas. Elevando o potencial máximo de seres errantes que não reconheciam as realizações de um itinerante.

O mar o engoliu, mais uma vez. Jogado ao abismo, ele se fez.

Ergueu-se.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Depois de certos eventos você lembra da mão que te alimenta. Você procura por compreensão e deseja ser ouvida. Mas enquanto há outras coisas mais importantes para se pensar você só quer cuspir suas mentiras. Continue tratando a terra que não dará frutos, continue tratando a terra que devorará o defunto. Se não há importância, não há relevância. E você não precisa disso para viver. Não coloque mais energia nas suas mentiras, não deseje o melhor de algo que você não quer.

domingo, 15 de março de 2015

Sátira Sádica

Empurre para baixo e lave até estragar as unhas
Estrague suas afiadas unhas pintadas de qualquer cor
Lave, lave, e lave
Não deixe secar
Porque molhada é como você deseja estar

Pressione o rei satírico
Esprema um pouco mais de sadismo

Coloque para baixo e esfregue até calejar as mãos
Caleje suas macias mãos sujas de qualquer coisa
Esfregue, esfregue, e esfregue
Não deixe secar
Permaneça molhada como você deve estar

Pressione o rei satírico
Esprema um pouco mais de sadismo

Pressione o rei do sadismo
Esprema seus versos satíricos
Quem não tem mais coração
Não precisa sentir tesão
Quem levou seu coração
Não dará satisfação

Quem não tem mais coração
Não pode sentir nada