Holy Grail

Holy Grail

terça-feira, 21 de junho de 2016

Serpente da Renascença

A agonia do agonizante, o agonizante da agonia. Perecer de incertezas e devaneios, extasiados pelo fogo que desperta a serpente do meu ventre. Resistindo a tentação enquanto os olhos brilham em chamas, aguardando o momento certo de morder. Mordê-la. Cravar as presas afiadas no pressentimento de uma vibração, penetrar um fluido invisível, um toque quase erótico do espírito. Adormecer imergido no fogo, o mesmo fogo que purifica as vontades e aquece a sabedoria. O fogo que me entrega a confusão, benevolente perturbação. Tomando conta dos pensamentos, permanecendo em todos os momentos, desprezando um passado simples de esquecer. Ela me queima sem saber, queimando muito mais que o divino prazer. Uma verdadeira chama de quintessência, libertando a serpente da renascença. Transformando em cinzas todas as expectativas, mas permitindo que eu me deite com as ideias enriquecidas. Toque. Meditação. Envolvendo a vontade e centralizando minha energia, como a serpente que aguarda sua subida. Pra renascer é preciso morrer, e eu já estive morto por muito tempo para não querer despertar sobre você. Com você. Em você.

A agonia do agonizante, o agonizante da agonia.
Sempre beijar seu rosto e desejar todo o corpo.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Escrita Perfumada

Horas de distância se dissipam, e teu cheiro ainda me guarda. A pele morta precisa ser escamada, mas não consigo me despir da tua alvorada. Inebriante, alucinante, apaixonante. Toques mágicos de cobertura perfumada. Queria ser poderoso de ainda estar nos teus braços, queria estar na mistura de corpos daquele breve sono fantástico. Aceito as naturalidades e ocasionalidades da vida. E me despeço com uma memória cuneiforme em mente, gravada com furor e vontade, o sorriso mais lindo de uma beldade. Prazer.