Holy Grail

Holy Grail

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Longo Outono

Uma prova longa vamos passar, além das fronteiras conhecidas. Por mais que eu tente compor a teoria que me acalma, eu não andarei sozinho. Meu complemento vai estar do outro lado do mundo, enquanto espero passar as quatro estações. Minha viagem não é ser uma memória perto do oblívio, nem ser lembrado numa batalha de lembrar e esquecer. Dançarei em volta do sol até as folhas começarem a cair. O outono vai trazer o cálice real e o frio do inverno não me transformará num fantasma.

Antes das flores desabrocharem,
Vamos Florescer.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Carnevale

Sorrisos que precisam ser paralisados disfarçando a maldita ilusão
Momentos brilhantes de uma bastarda comunhão
A verdadeira face está mascarada recebendo um pouco de alegria
Negação e depravação
O bloco da diversão
Enquanto bundas e peitos comandam o rebanho
Nenhum senhor é seu pastor
Todos os santos podem apagar os prazeres da carne
E o canibalismo é aceito pelo seu obsessor
A linha da falha é onde você prefere pisar
Se manifestando e festejando
Segure seu próprio vômito
Festa que sempre termina em cinzas com a volta da rotina
Presos em seus lares com medo da putrefação
Assim festeja a nação
E enquanto tudo se abate
A carne vale

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

3-D

Um olhar indireto para o canto delicado, o velho espaço e os mesmos pensamentos. Caminhar diante do mundo vazio era incrível e eu sempre querendo pegar sua mão. Três planetas de distância para se olhar e uma verdade para se tocar. Os desenhos guardados naquele velho báu, no meio da sala coberta de penas brancas. Eu posso rir, pensar, desenhar e escrever, as vezes cantar, mas e quanto a você?

Três dimensões de distância e as vezes penso que nunca vou voltar, besteira que mando para as estrelas.

Sonho do Pecador

Ausência de luz que causa escuridão, assim está o céu sem o reflexo do sol. A ventania invade meu quarto enquanto espalho pontas de lápis pelo chão. Organizar idéias quando um olhar queima o papel é difícil, e talvez tenha algo de bom em engolir os berros. Surtos de fraqueza ou loucura tem seu valor de glória e as vezes eu queria ser mais anti-herói para jogar com coringas.

Misantropia ocasional acaba secando todas as lágrimas e quando recebo um breve gole desse mundo megalomaníaco, desperto em queda livre. Com os pés firmes no chão e o corpo inclinado diante da noite, a verdadeira loucura me fascina, a maior canção de gargalhadas continua e nesses instantes de sedução parece que só com a morte temos fim.

O surrealismo momentâneo passa, a rotina pega minhas mãos e eu continuo pensando se ela vai plantar asas em mim. Meu caminho é diferente mas não deixo de sonhar, um boneco de porcelana, um homem que quer ser rei por um dia, um pobre pecador em agonia.

Agora não há ninguém para ouvir minhas risadas e me ouvir gritar, deixe eu me perder na solidão escrita e permita-me pecar, deixe-me sonhar.

Antes de...
ApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaR
ApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaR
ApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaR
ApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaR
ApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaRApanhaR

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Breve Silêncio

A leitura e o pensamento são os comandantes do meu tempo, assim como o estudo e a prática. Sou um leitor e também gosto de ser um escritor, sou um ouvinte e também gosto de cantar, estudar e praticar. Deitar-se para sonhar com as artes, materializar teorias e mistérios para transcender as almas. Posso sentir essa espiral dando forma a vontade da alma, como o cantar das sereias apaixonadas e suas belezas pintando a paisagem.

E quando as sereias se silenciam, não há de se preocupar...
Um breve silêncio até despertar a paixão pelo mar.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Velho Discurso

Bebida acalmando sem deixar secar a energia, vou caminhando nos desertos para ver se o tempo passa mais depressa. A poeira dança sujando meus sapatos e tento me afogar em líquidos que mudam o sistema de sentir. Sendo um tolo acho que posso enganar a mim mesmo e digo que o que correu nas minhas veias foi responsável pelas ações. É um dia agitado para sair da caixa, mãos desconhecidas para segurar, humores para falar, risadas amigáveis e um pouco de loucura querendo se libertar. Não é todo dia que a gente desvia sem perder o caminho e hoje eu vou mergulhar e jogar areia em vários olhos. Animação violenta empurrando a consciência, liberdade para a loucura ou desvio de conduta? As unhas estão sujas assim como os pés, os punhos geram cicatrizes e as pernas procuram outra face para beijar. Eu queria mesmo é que os potes quebrassem e toda essa besteira material fosse despertada na mente de cada um. Eu queria mesmo é socar seus terceiros olhos e imobilizar suas almas...

...mas agora vou beber.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

In.visível

Eu prometo não ser tão subjetivo quando voltar a te encontrar, por isso vou te contar tudo, todos os meus segredos. É como tudo está agora, estou vagando entre as nuvens, estou fora de mim.
Há uma grande ironia aqui, essa viagem fora do meu corpo me deixa mais perto das coisas simples, percebo tudo e me aproximo do essencial, é como ter olhos por toda parte e estar te esperando do seu lado.
As pessoas passam e não me enxergam, enquanto fico apenas observando. Eu vejo a beleza das simplicidades e vejo as nossas complexas ligações, posso ver através da sua carne e posso estar onde você jamais imaginou.
Poucos terminam minhas escrituras, mas enquanto você lê me deito contigo. Durmo admirando o rosto e quando acordo sei que está distante.

Então eu grito
Espere por mim, espere por mim
Eu posso voltar
Você sabe que posso viver
Estou vivo aqui
Você pode sentir

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Rosaceae

Ferramentas delicadas para auxiliar
A reprodução com precisão
Mãos nuas para sentir toda a essência
Lindo aroma e bela cor
Jogando gotas do rio por cima dela
Vou esperar até abrir
Saboreando o vermelho com os olhos
Lindos olhos nós temos aqui

Um pouco de terra debaixo das unhas
A umidade se mistura com o sangue em minhas mãos
Eu não devia segurá-la dessa maneira
Mas esqueço tudo em sua beleza
Há uma grande sensação
E quando ela estiver pra mim
Vou cuidar e vou gostar
Criando um círculo perfeito

Essa Rosa nunca vai morrer