Holy Grail

Holy Grail

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Sacrifício

Virgindade mortal entregue nas portas do desconhecido olimpo, adormecendo no infinito enquanto adormecem seus sonhos, cada segundo dessa cerimônia profana levou essa alma a enxergar outra realidade. Orando nos altares onde realizava seus sacrifícios é que ela foi sacrificada, apunhalada vagarosamente pela indecisão de algum motivo para existir, algum motivo para resistir. Como flores jogadas no abismo, o sangue descia e gotejava suavemente no chão de pedras firmes, o único sentimento de pureza foi morto por uma ferramenta dos deuses.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Depois do Cinza

Voando rápido e bem distante do chão, vou me segurando no fio da espiral dando socos na face para acordar. Sou um argumentador do tempo, andando por todos os lados, jogando areia no caminho para tentar me aproximar do futuro. Viajo enquanto espero uma viagem, cuido para ser cuidado.

O céu sobre meus olhos nunca esteve tão cinzento, e a chuva incansável era como um presságio de dias que não gostamos de pensar em conhecer. Independente das minhas vontades eu escolhi conhecimento, e isso eu sempre poderei usar para ditar.

A certeza de todos os homens passou direto pelo meu caminho, seu véu cinzento e sua sabedoria que desencanta foi sumindo devagar. Com areia nos meus olhos só pensei em segurar forte no fio dessa espiral e me erguer, descobrindo por último a minha razão de viver.

Segundos de medo momentâneo que me fizeram dormir humano, horas de pensamentos distantes que me fazem acordar santo. Sou um filósofo que fechou os olhos para não ver a dama de todos os homens, e esclarecido enxerguei minha branca Madalena.