Holy Grail

Holy Grail

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Estradas de Blues

A malandragem cortada pelo Rio Mississippi me pegou pela mão novamente. Fez um convite como a linda dama que conheci embriagada de blues, abrindo suas pernas na primeira noite que dividimos o mesmo quarto. O sol invadiu meus sonhos lúcidos e meu café da manhã foi o resto do bourbon. Em sono profundo deixei aquela mulher só, minha despedida foi deixar em sua cama a flor de mentira que eu levava no paletó. Um homem com o coração partido merece conhecer todas as camas que o sul pode oferecer. Caminhando por muitas esquinas até anoitecer, só há uma lembrança que para minhas pernas por alguns minutos, e assim, vou sempre mantendo minha afinação. Sou um errante esperando sempre a próxima noite que se materializa como uma linda mulher de camisola me convidando para a casa delta mais próxima. Experimentando a Alquimia e a Magia da Luisiana, não há regras para a satisfação, e um homem que não tem nada a perder não deve nenhuma explicação. As vezes acho que preciso dar um tempo, mas em todos os meus movimentos encontro a paixão. Doces memórias para as mulheres, uma boa conversa para os homens, ando sozinho sendo meu próprio deus, e numa encruzilhada ganhei a admiração do diabo. Em qualquer coisa que faço, o Amor está nos meus atos.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Armada

Bebo uma dose da sua alma enquanto te lavo . E você vai gostar de se embriagar com a água que eu transformo em vinho. Nós ficaremos pendurados no infinito, na calda da imensidão, e você vai esquecer e se perder, simpatizando em negociar com o diabo, mas com medo de enfrentá-lo. E sou eu quem te levará além da escuridão, até o dia de sua morte. Você é uma garota de sorte. Então diga palavras bonitas para acariciar seu ego, mas não seja egoísta como o pastor que não toca sua mulher. Maltratando a mão que te alimenta, você está alimentando a mão que te sustenta. Você merece umas boas palmadas, e você gosta de aplausos. Iremos fazer um espetáculo. E a perversão não manipula nossas mentes libertárias, pois só precisamos de uma ferramenta para uma grande mente armada. Uma ferramenta que ultrapassa seus conhecimentos.

Ela está armada.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Liber Bon Dage

Beijo. Vejo apenas o vermelho, o mesmo vermelho que você vê refletido nos meus olhos. Entre devagar na esfinge que guarda nosso sarcófago, e no laço dos braços inicie a combustão. Que o mundo acabe porque não importa nenhuma atividade material. Rasteje como uma bela serpente buscando a imensidade, pois você conhece minha face. Beijo. Tiro suas redomas, as mesmas redomas que interferem no contato de nossa carne. Solte seus movimentos mais suaves enquanto deslizo por todo seu corpo. Pegue todos os dogmas, tabus e histórias, e queime-os com o fogo que vamos ascender. Despreze o que te aprisiona, e liberte aquilo que realmente te pertence com gritos ardentes.

Beijo. Aperto seus ossos, os mesmos ossos que sentem o calor das mãos. Enchendo nossos cálices de energia, não esqueça de respirar com as mordidas. Trocamos os ares de uma imensa fogueira, e você já não tem nenhuma defesa. Beijo. Admiro as cores, as mesmas cores que você reflete. Se entregue a inércia sem nenhum escudo, pois serei o seu guia entre dois mundos. Flexione seus pulsos que deixarei imóveis acima da lótus de mil pétalas. Descanse os pilares que te conectam a Mãe Terra porque as amarras não têm brechas. 

Beijo. Vejo seu corpo aprisionado, o mesmo corpo que vai libertar sua alma. Entregue-se aos sentidos porque o corpo está inerte, e não há escolhas. Nenhum movimento, apenas reação. Se deixe levar pelo vulnerável, esqueça tudo e contemple a sensação. Beijo. Vejo apenas o vermelho, o mesmo vermelho de onde as cordas apertam e queimam. Durma e acorde sem segurar as lágrimas. Você me pintou com vermelho como uma mágica obra de Arte. 

Alma. Vejo três olhos, os mesmos olhos que mostram a simetria de nossas consciências. Voaremos livremente em espiral, e nossos orgasmos serão como uma projeção astral.

Uma Vez Mais

Sempre voltando ao mesmo lugar do passado, tentando organizar os pedaços como quem abre um gaveta velha, sempre lembrando da minha cara entre suas pernas. Memórias que podem entregar o verdadeiro culpado, ou envergonhar o descuidado, como ser pega de surpresa em uma excitante masturbação. Sua pele está pálida e a frieza corromperá qualquer outra execução. Longe do meu toque você testemunha o que somente eu sei fazer, e suas mãos ou qualquer outra coisa no universo nunca revelarão o subconsciente do seu prazer. Talvez você continue misturando os sentimentos enquanto outros escorrem pela minha barba que agora cresce. Tente rezar para qualquer deus que apoie suas mentiras, mas onde você realmente encontra a divindade é na ponta da minha língua. E depois de todos os sonhos e alucinações, você vai me deixar entrar. Bem no fundo, você deseja que eu entre.

Novamente.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Heresia do Livramento

A dualidade encontrou o verdadeiro poder, e o paradoxo é decidir o que deve ser feito em cada tempo desse mundo infestado. Os ensinamentos estavam todos errados e sua pirâmide não é de evolução. Todos são castrados do desenvolvimento e a inércia é seu cinturão constelar, apenas mentiras escolhendo mais uma vida nesse organismo suculento aos olhos cegos da podridão. Espiral invertida fica parada nessa encarnação, e enquanto você queima o mundo material, nós nos espalhamos acolhendo a sua escuridão. Transformando ideias em um novo Aeon, procurando a chave de todos os mistérios. Sendo todos os lados, ou um único caminho. Libertando sem peso toda consciência.

Quer você acredite, ou não.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Evidências do Inimigo

Nós brigávamos querida, e eu sempre fiz disso algo especial. Nós costumávamos completar o pensamento um do outro, e agora tudo que resta é poeira. Amávamos sempre olho no olho, e eu fui seu cofre de segredos. Eu te conheço mais que sua consciência ardilosa, e sei muito bem onde você quis chegar. Você supostamente escolheu a liberdade, mas quantos televisores decorarão sua bela casa? 

Nós fazíamos piadas de tudo, e eu realmente achei que você tinha simpatia pelo demônio e o rock n' roll. Nós tínhamos uma ideologia própria e poderíamos viajar o mundo em máquinas criadas pelo homem, ou viajar os mundos em milagres lisérgicos. Mas o que sobrou pra mim foi uma tranquila manhã de domingo. 

E você ainda tem um pouco daquela garota que lembra de coisas que quero esquecer, e enquanto você cavava sua cova eu deixei as únicas flores que fizeram sentido na sua vida morrerem. Juro que tentei acreditar em milagres, mas nunca vou entender o porquê de adorar deuses mortos. 

Um dia eu também celebrarei uma instituição, mas uma daquelas que transforma nossa consciência e nos leva a lugares extremamente distantes, lugares que você nunca vai ver menina. Talvez você cumpra sua promessa, e será graças ao meu orgulho. E como você perderá a melhor festa que já fui, talvez eu deixe você morrer com um certo brilho nos olhos. 

Nós sorriamos e chorávamos querida, e eu sempre fiz o possível para que tudo fosse especial, mas hoje o céu ficou claro sobre minha cabeça, e pude ver. Você pode procurar meu doce em vários potes, ou sua afirmação em várias pessoas, pois eu já entendo quando sua personalidade fica velha e doente. Eu seria aquele homem que você vai lembrar lá na frente, mas agora eu quero te ver feliz com esses pertences e aparelhos escolhidos com, ou sem, razão. 

Nós tínhamos a verdadeira arte e poder da criação juntos querida, e você se perdeu da fonte. Agora eu deixo aquelas flores desejadas e mortas na cova que você enterrou as coisas interessantes. Porque um de nós sempre estará morto, mas o assassino não sobreviverá.

Suicídio?

domingo, 28 de julho de 2013

Aprendiz de Saturnus

Rei por um dia, paciente e otimista. Continua pintando quadros na beira do abismo, delirando com a própria megalomania. Um jovem teimoso, sonhador de teorias mágicas. Bastardo da realidade, um orgulhoso benevolente se existe a possibilidade de ser. O discípulo de Saturnus que navega em uma espiral, sem arrogância pergunta a você:

Por que lutar contra um inimigo que não existe?
Por que se aprisionar?
Atrações inversamente proporcionais?
Por quê?

No primeiro dia de Rei, o aprendiz encontrou a liberdade nas águas onde pedras se transformaram em ouro. E deixou um último ensinamento para você, criança:

Beije Saturnus e se liberte dessa coroa de negatividade.



domingo, 2 de junho de 2013

O Manequim

Sua falta de personalidade ainda me cativa
Tentando ser o que lhe dá prazer
Materializando uma vida pessimista
Nada verdadeiro, nada real
Tão doente e mentiroso
Como um bastardo religioso

Seria comovente se não desse pena
Talvez para algumas vidas que usamos
Não há razões em cena
Mais cancerígena que a própria radiação
Esculpido em discursos baratos
De apenas insatisfação

Uma falsa maturidade depressiva
Oportunismo superior ao Drácula
Sugando sangue e reinando no egoísmo
Violentando qualquer coisa
Para ter um sentido

Mas a habilidade perdida foi ensinada
E a carne fresca nunca mais será tocada
Você tem meus agradecimentos
Estuprando sua consciência

Nunca vai entender nada
Manequim da existência


segunda-feira, 25 de março de 2013

Bondade, Bondage, Bondade

As mãos estão entrelaçadas sobre aquele velho coração saudável que pulsa o sangue quente. Olhos escondidos da realidade esperam a pureza conquistadora, todas as certezas deixam o pensamento, e a dúvida prazerosa questiona se aquilo é realmente o que deveríamos fazer. O medo dá lugar a uma singela simpatia, mas os esforços e as declarações só despertam a apatia. Assim não vamos sujar nossos corpos com poeira ou sangue, então deixe-me acomodar nossas cabeças onde poderemos ouvir um ao outro sem a fantasia manipuladora da razão. Vamos fortalecer a verdadeira consciência, respeitando os limites de nossa terceira visão, hoje não nomearemos divindades e não cometeremos os erros daqueles machucados pela solidão. Cada nó será bem feito, mesmo podendo ser desfeito, e no fundo sabemos que essa não será a intenção. Se os pilares cansarem eu darei mais corda, e se o êxtase precisar de mais espaço, aperto suas partes. Quando os templos esquecidos ressurgirem dos rituais antigos, as serpentes deixarão de ser uma utopia. Com os sagrados queimados te soltarei dessas cordas que te amarrei. Nessa espiral ninguém tentará enterrar nossos corpos, e no final você concordará com os meus olhos. Foi melhor ter a alma livre e o corpo imobilizado do que ter o coração enforcado.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Tempestade da Esfinge

Flutuando na suavidade de cada tom, vamos queimar nossos lábios com ferramentas forjadas pelos deuses a milhares de anos atrás. Instrumentos abençoados pelo mesmo fogo que ilumina nossas mentes, aquele que pode nos libertar para a terceira visão. Somos amadores e anciões na arte esplêndida, paradoxo de um único caminho que ainda precisa ser descoberto. Sinta lentamente as chamas envolventes, enquanto serpentes flutuam em espiral. Peixes estão abrindo uma consciência sagrada e os corpos estão se moldando como água. Os perfumes são exalados nos passos firmes de um leão, e o Sol e a Lua se contemplam no céu, revelando o segredo da esfinge. Passageiros de uma viagem astral, iniciados em alquimia.

Agora sopre uma tempestade de vida nos meus ouvidos e sacrificarei todos os meus filhos.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Noite Nos Olhos

Os olhos seduziram a alma esquecida, misteriosos círculos penetrantes, recheados de razão. Uma suavidade delirante levou qualquer forma de racionalidade ao chão. Encarando o abismo, sem medo de ser encarado, eis aqui o testemunho dos fatos impossíveis. Coincidências sem cálculos, eufemismos de um desvio natural, a  consistência do ritual evidente nos olhos do magista, a delirante alquimia. Transformando chumbo em ouro, tocando as oitavas mais altas, o cálice deverá provar os segredos escondidos e a dança das serpentes. As dualidades vão abraçar a glória em sua noite de núpcias, e os trovões anunciarão o beijo das estrelas.

Os lábios encarnados anunciam a enfurecida sensação, o olhar é firme como o toque das mãos. As vidas são esquecidas e a iluminação é liberta. Diante das sombras, aqueles que temem o que podem ver nunca serão iluminados. Escondidos em círculos que não se movimentam, a espiral nunca subirá.

Perdido em olhos misteriosos, eu sou um poeta fingindo esquecer. Seduzido pela compatibilidade do alvorecer da manhã dourada, eu desejo o Universo, eu desejo tudo que nossos ventres podem satisfazer. Podemos entrar em perfeita harmonia, enquanto compramos uma escada para o paraíso, e de lá, nada poderá nos desfazer, tudo que foi consumado não pode se perder. E assim, vamos transformar todos os sentimentos que fizeram nossas almas se encontrarem, ultrapassando a ganância daquelas perdidas.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Lembrete Escarlate

Há um painel verde sobre os meus olhos, e entre galhos e veias consigo observar o céu. O sol ilumina minha grande Mãe, energizando a serpente que tenho dentro desse templo. Indiretamente eu vivo, enxergando além desse plano. A natureza reflete minha consciência e minhas idéias são arquitetadas pela grande lei que conhece minha Vontade. Não caminho com as impossibilidades e não quero ser o dono do mundo. Meus sonhos são reais e todas as noites eu os vejo, todas as manhãs eu os chamo. Realizando o encontro na espiral, construindo uma perfeita experiência circular. As serpentes serão libertas vivendo além das consciências, e a natureza guiará as leis da Vontade, uma estrela vai brilhar e se revelará, a Mulher Escarlate vai me acompanhar.

Ter sua companhia pelo Infinito e sempre te Amar. Ter a Sabedoria, e assim como hoje olho pro céu, quero todos os dias ver o teu olhar.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Obradela

Sentado, passando as folhas com a maior suavidade, as vezes paro para observar a natureza e os rostos desconhecidos. Tento esquecer o coletivo material onde estou, fazendo a leitura do caminho. Infinitas páginas até ela aparecer, uma presença forte, mas um andar sereno. Seus olhos me batem parecendo avançar ao lado escuro da Lua. Ela sabe o que eu penso e deseja se aproximar, e mesmo quando me perco ela está na minha espiral. Estudando o princípio a leitura me anima, minha reflexão é uma obra-prima.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ensaio dos Lábios I

Carregado de cicatrizes fui correndo ao encontro do robusto colosso, ele parou e olhou nos meus olhos, com um sorriso gentil me esperou subir em seus domínios, e quando disse que não foi por nada sua chegada, eu já sabia onde iria chegar.

Fui tomado pelas visões distorcidas e estressadas, pessoas sendo carregadas, pessoas carregadas. Cada um com sua extrema bagagem de estresse e pensamentos fixos. Observei alguns desses olhos que vêem , mas não enxergam, até me deparar com um par de olhos cheios de areia.

Resolvi descansar ali. Coloquei minha bolsa sobre as pernas e peguei qualquer livro desses que mudam seu ponto de vista. Me atormentei pelos olhos quando vi aquela combinação simétrica de carne vermelha e voluptuosa. Eu pensava que aquilo eram apenas lábios, e eles não poderiam tirar meu sossego literário daquela forma.

Entre revelações de um livro agora íntimo e os pensamentos ainda não imortalizados, surgiu as portas do colosso um fiasco de reflexão para animar os olhos estressados. De olhos questionáveis, não saberei se foi verdade ou mentira, mas o pequeno ser mostrou sua ferramenta de trabalho que deixou a todos apavorados. Pediu, conversou, se desculpou, e mesmo sem ter trabalhado, acabou levando alguns trocados.

O tumulto tomou conta do interior do colosso e os olhos com areia foram limpados. Minhas mãos fecharam a leitura, e a reação violou o pensamento. Tentado, me retirei de minha solidão benevolente e fui obrigado a falar. Ouvi uma voz doce e vigorosa como resposta, e uma risada que Morpheus omitiu. Havia estalos onde minha cabeça deveria estar, e eu perdi aquela nomeação. Chaves de portas bateram e cabelos longos voaram, e eu só consegui permanecer inalterado.

Não consegui parar o tempo que me deixou paralisado, mas enquanto me despedia em silêncio e estado quase imóvel, lembrei do velho relógio de bolso sempre acertado. Não pensei e marquei aquele momento, nos próximos dias o tempo terá um outro movimento.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Do Contato

Deixe-me sentir esse toque
Deixe-me sentir a magia
Deixe-me ultrapassar as esferas
Deixe-me atravessar as trevas
Deixe-me ser um bebê
Deixe-me trazer a luz
Deixe-me renascer
Deixe-me escolher um caminho
Deixe-me ser o esplendor do Universo
Deixe-me alcançar o meu sucesso
Deixe-me sempre em sabedoria
Deixe-me transmutar em alquimia
Deixe-me encarar o abismo
Deixe-me encontrar o Guardião
Deixe-me como seja
Deixe-me ser uma Estrela