Holy Grail

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segunda-feira, 25 de março de 2013

Bondade, Bondage, Bondade

As mãos estão entrelaçadas sobre aquele velho coração saudável que pulsa o sangue quente. Olhos escondidos da realidade esperam a pureza conquistadora, todas as certezas deixam o pensamento, e a dúvida prazerosa questiona se aquilo é realmente o que deveríamos fazer. O medo dá lugar a uma singela simpatia, mas os esforços e as declarações só despertam a apatia. Assim não vamos sujar nossos corpos com poeira ou sangue, então deixe-me acomodar nossas cabeças onde poderemos ouvir um ao outro sem a fantasia manipuladora da razão. Vamos fortalecer a verdadeira consciência, respeitando os limites de nossa terceira visão, hoje não nomearemos divindades e não cometeremos os erros daqueles machucados pela solidão. Cada nó será bem feito, mesmo podendo ser desfeito, e no fundo sabemos que essa não será a intenção. Se os pilares cansarem eu darei mais corda, e se o êxtase precisar de mais espaço, aperto suas partes. Quando os templos esquecidos ressurgirem dos rituais antigos, as serpentes deixarão de ser uma utopia. Com os sagrados queimados te soltarei dessas cordas que te amarrei. Nessa espiral ninguém tentará enterrar nossos corpos, e no final você concordará com os meus olhos. Foi melhor ter a alma livre e o corpo imobilizado do que ter o coração enforcado.