Holy Grail

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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A Macieza

A morte já tem algum tempo, e eu não lembro mais a cor dos seus olhos. A boca que esvaziou o esgoto como um canal da mentira, se desfez em azul. Na minha observação, o nariz simétrico está totalmente desproporcional. E sua audição já não se encanta mais com as vibrações mágicas desse e de outros mundos. Coisas ruins acontecem. Coisas ruins eu quero fazer com você. E nesse ciclo cada vez mais fraco da guerra memorial, vou me lembrando apenas do que realmente sou. Fui o peregrino de poucas realizações, mas o arquiteto dos prazeres incalculáveis onde você foi iniciada. O pequeno senhor da verdade, mas o grande príncipe da maldade. Ao menos, assim foram como suas últimas palavras me fizeram acordar. Assim sua tela monstruosa foi pintada com tinta escarlate. E como a nobreza iniciática de ordens invisíveis, lembro-me de pintar o símbolo de minha adoração. A única coisa que reluzia nas sombras de meus pensamentos. O monumento belo sensualmente estampado na carne. A desenho vermelho que ganhava mais vida nos meus olhares, o símbolo perfeito para a pele que já foi a mais macia. O enigmático sigilo, após o impactante estalo.