A juíza acusa o pirata de estar escondendo seu tesouro, nada de valor. A juíza abaixou a oferta, só sabe julgar sem ser julgada, colocou a procura em alta e a oferta lá embaixo. Maldita transação clandestina, feita por alguém atado ao passado.
A pirataria trouxe mais de cinquenta tons de cinza para a cidade colorida, e a magistrada não optou pelo caminho mais fácil. Condena! Sussurravam os jurados nos ouvidos da detentora da lei. Cercada de glória e dos prazeres acelerados, ela achou que tudo iria sair como o planejado.
O pirata ficou preocupado. Os ânimos estavam alterados. Três olhos de consciência são necessários para seus próximos atos. Provar inocência ou ser provado. Testemunha e evidência do ocorrido, porém ninguém lhe dará ouvidos.
A turbulência finalmente chegou ao tribunal, e o pirata acabou humilhado. Sem dores para lamentar e sem lágrimas para derramar, o bucaneiro ardia em pólvora. Estava pronto para explodir, mas seria acusado novamente de ser o homem mais violento dos universos. Preferiu manter a calma e designar.
A calma era sua maior arma, ela destruía autoestimas e almas de qualquer um. Detonava sem dó o tribunal monocular, e se preparava para amedrontar. Bater o martelo para as últimas palavras e apresentar o motivo de toda autodestrutiva execução. A maldita juíza estava presa ao passado e queria pedir perdão.
O tempo se esgotou. O pirata aceitou. Mais uma vez era só mais um viajante em uma cidade colorida, levando sua magia cinzenta a pernas desconhecidas. Elevando o potencial máximo de seres errantes que não reconheciam as realizações de um itinerante.
O mar o engoliu, mais uma vez. Jogado ao abismo, ele se fez.
Ergueu-se.
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