Holy Grail

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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Liber Bon Dage

Beijo. Vejo apenas o vermelho, o mesmo vermelho que você vê refletido nos meus olhos. Entre devagar na esfinge que guarda nosso sarcófago, e no laço dos braços inicie a combustão. Que o mundo acabe porque não importa nenhuma atividade material. Rasteje como uma bela serpente buscando a imensidade, pois você conhece minha face. Beijo. Tiro suas redomas, as mesmas redomas que interferem no contato de nossa carne. Solte seus movimentos mais suaves enquanto deslizo por todo seu corpo. Pegue todos os dogmas, tabus e histórias, e queime-os com o fogo que vamos ascender. Despreze o que te aprisiona, e liberte aquilo que realmente te pertence com gritos ardentes.

Beijo. Aperto seus ossos, os mesmos ossos que sentem o calor das mãos. Enchendo nossos cálices de energia, não esqueça de respirar com as mordidas. Trocamos os ares de uma imensa fogueira, e você já não tem nenhuma defesa. Beijo. Admiro as cores, as mesmas cores que você reflete. Se entregue a inércia sem nenhum escudo, pois serei o seu guia entre dois mundos. Flexione seus pulsos que deixarei imóveis acima da lótus de mil pétalas. Descanse os pilares que te conectam a Mãe Terra porque as amarras não têm brechas. 

Beijo. Vejo seu corpo aprisionado, o mesmo corpo que vai libertar sua alma. Entregue-se aos sentidos porque o corpo está inerte, e não há escolhas. Nenhum movimento, apenas reação. Se deixe levar pelo vulnerável, esqueça tudo e contemple a sensação. Beijo. Vejo apenas o vermelho, o mesmo vermelho de onde as cordas apertam e queimam. Durma e acorde sem segurar as lágrimas. Você me pintou com vermelho como uma mágica obra de Arte. 

Alma. Vejo três olhos, os mesmos olhos que mostram a simetria de nossas consciências. Voaremos livremente em espiral, e nossos orgasmos serão como uma projeção astral.

Uma Vez Mais

Sempre voltando ao mesmo lugar do passado, tentando organizar os pedaços como quem abre um gaveta velha, sempre lembrando da minha cara entre suas pernas. Memórias que podem entregar o verdadeiro culpado, ou envergonhar o descuidado, como ser pega de surpresa em uma excitante masturbação. Sua pele está pálida e a frieza corromperá qualquer outra execução. Longe do meu toque você testemunha o que somente eu sei fazer, e suas mãos ou qualquer outra coisa no universo nunca revelarão o subconsciente do seu prazer. Talvez você continue misturando os sentimentos enquanto outros escorrem pela minha barba que agora cresce. Tente rezar para qualquer deus que apoie suas mentiras, mas onde você realmente encontra a divindade é na ponta da minha língua. E depois de todos os sonhos e alucinações, você vai me deixar entrar. Bem no fundo, você deseja que eu entre.

Novamente.