Holy Grail

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sexta-feira, 23 de março de 2012

O Ciclope

O ciclope está sentado observando minha silhueta. Ele já viveu eras que desconheço e seu conhecimento seria mais brilhante se ele não estivesse com os pensamentos cravados no que já passou por aquele olho. Poucas vezes eu falei diretamente com ele, poucas vezes eu tentei dizer a ele como é especial, mas seus diálogos muitas vezes rudes me afastam de seu íntimo. Então eu observo e espero, com a vontade de poder conversar sobre como existe esperança enxergando com dois olhos.

O ciclope me vê como um simples humano, carregando os erros e desesperos de todos aqueles que já viu. Sou como qualquer outro, esperando para prendê-lo e escravizá-lo, cheio de tolices na cabeça que me fazem sempre parecer um matador da sua espécie. Gostaria de saber o motivo pra ele me ver assim, já que ele conhece meus olhos e já viu meus ferimentos.

O humano é uma besta e por isso marcou a visão do ciclope. Minha esperança é fantasiosa e nunca vi algo por essas terras, estar junto de um ciclope e exterminar as diferenças. Que ele não me veja como qualquer um outro, pois não quero ser pisoteado. Saio de silhueta para carne e osso, pequeno e defeituoso, busco uma nova realidade, com uma Verdadeira Vontade.

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