Holy Grail

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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O Jardineiro e o Céu

Sou um jardineiro de mãos fiéis, sem estudos teóricos, mas grande força de vontade para trabalhar. Ando perdido na minha falta de compreensão e nas armadilhas do tempo. Expondo a minha pobreza em todos os atos, estou sujo e descalço. A terra entra em minhas unhas e me pinta tão feio quanto meu jardim me vê sempre que esqueço de regá-lo. Estou perdido e miserável. Minha ignorância me cegou, deixando meu pouco conhecimento escapar. A simplicidade foi guardada e a água esquecida, minhas roupas se rasgaram e a angústia arde em ferida. Triste por não ter dado uma primavera ao meu jardim, machucado pelos espinhos que já recolhi, borrando a poeira da face com lágrimas, perdendo a razão e a alma. Preciso devolver a beleza desse coração, regar a semente da minha eterna gratidão. Sentado não posso mais esperar, meus movimentos caírem de algum lugar. Como um velho derrotado e os atos de desespero, deitei-me sobre o jardim tentando adubá-lo com meus restos. Esperando a própria terra me enterrar, sem os braços dos meus amores, olhei para o céu e aprendi o que preciso para dar vida as flores.

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